A CIDADE FLUTUANTE DA MANAUS ANTIGA


A “cidade flutuante” de Manaus, tal como a maioria das cidades oficialmente reconhecidas, não nasceu cidade e, também como aquelas se iniciou de forma muito tímida não passando de um punhado de moradias de madeira, cobertas de palha, dispersas e habitadas, a maioria das vezes, sazonalmente por uma rarefeita população que, sobretudo depois da derrocada da ECONOMIA  GOMÍFERA  a partir de 1920, começou com suas habitações sobre as águas a interagir com a paisagem urbana da capital. Antigamente não se via casas flutuantes na cidade, mas com o passar dos anos, a frente da cidade (Centro de Manaus) às margens do rio Negro, foi o local dos mais promissores para o comércio de gêneros agrícolas e extrativistas. A “cidade flutuante” tem contornos delimitados e tempos cadenciados, que, à medida do avanço comercial, foram se desenhando e se desenvolvendo paulatinamente pelas ribeiras da capital.
Amazonino e Gilberto a fim de conseguir recursos para a construção de cidades populares apontaram por meio de pesquisas quantitativas os seguintes números:
·         Em 1961 eram 1.389 flutuantes existentes.
·         Em 1964 eram 2.145 flutuantes existentes.
Os flutuantes que antes serviam basicamente de ancoradouros para a venda de comestíveis em uma extensão dos negócios das feiras e Mercado Central, passando em seguida a serem usados também como locais de vendas de gêneros e pequenos restaurantes de comidas, quase ao final da década de cinqüenta, começaram a negociar com os cobiçados produtos extrativistas do estado como a borracha, a castanha, a juta, couros e peles animais.
No ano de 1965 inicia o processo de desconstrução da Cidade Flutuante, no Governo de Arthur Cezar Ferreira Reis que se estende ate 1966, 1967, em meio a uma política de “integração” nacional dos governos militares, implantou-se na cidade uma zona franca de comércio, cujas metas de modernização e progresso da capital amazonense não incluíam a “cidade flutuante”, pelo contrário, passavam pela sua completa destruição.







Comentários

  1. Wow, não tinha conhecimento dessa cidade e achei as fotos incríveis.
    Parabéns pelo post.

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  2. Me orgulho de ser manauara, tenho muitas saudades de minha linda cidade natal, andei muito por esta cidade flutuante. Raymundo Manuel Macedo de Vasconcellos Dias

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  3. Minha mãe sempre fala dessa cidade.Foi por conta dela ques urgiu o Bairro da Raiz, porque foi para lá que as pessoas foram removidas e realocadas.

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  4. Quando minha família chegou em Manaus, por volta de 1954, minha mãe fala que eles ficaram num local chamado "HOSPEDARIA", e pela descrição dela, que na época era criança, era uma cidade flutuante... ela conta que ficou assustada a primeira vez que viu um paneiro e alguém lhe disse que aquilo servia para transportar farinha... ela disse que passou dias imaginando como seria a farinha dessa terra....kkkk (Ana Ribeiro)

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  5. são histórias sensacionais.....eu tenho orgulho de ser amazonense e manauara....quero poder estudar mais e me aprofundar mais na historia da nossa cidade

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  6. Não mudou muito não, principalmente nas áreas de risco, áreas vermelhas e rip-raps dos igarapés.

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  7. meus pais e minhas irmãs mais velhas viveram nessa cidade, eles contam muita coisa inclusive o afogamento de crianças era grande, um grande bem que o governo militar fez foi destruir essa cidade,um dos motivos a morte de crianças por afogamento , mamãe contava de duas irmãs minhas que se afogaram, mais Graças a Deus que Deus livrou do pior, mas, faz parte da nossa história e é muito interessante.

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    1. Eu nasci no Bairro de Educandos meu pai e tios primos todos pescadores tinham embarcação de pesca morávamos em flutuantes era muito bom e muito perigoso as vezes quando dava temporais flutuantes se soltavam tinha que ser rebocado

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