PONTE DO ATERRO ou
PONTE DOS REMÉDIOS - Assim era
conhecida a ponte de ferro que ligava o bairro dos Remédios ao bairro da
República (hoje centro da cidade). Inicialmente a ponte foi construída em madeira
e atendia os frequentadores da Igreja dos Remédios, principalmente após o
incêndio da Igreja Matriz. Ela ficava localizada frente à capitania dos portos.
Para melhor situar, próximo ao local onde hoje está o edifício Ajuricaba
(antigo Hotel Amazonas), entre a Praça Tenreira Aranha (Tamandaré) e a Rua
Miranda Leão.
A ponte foi importada
dos EUA em 1881 e desarmada em 1901 com o aterro e canalização do igarapé.
Segundo o professor Mario Ypiranga, a referida ponte tinha como próximo destino,
a localização da Saldanha Marinho e Getulio Vargas, local que também tinha um
igarapé, mas com o aterro do igarapé dos Remédios a mesma nem chegou a ser
montada no local, e as suas ferragens tomaram rumo ignorado. Manaus era uma
cidade com muitos igarapés de águas limpas e que transbordavam vida, hoje nos
restam apenas fotos antigas.
Na imagem abaixo
temos um retrato excelente da localização da ponte. Podemos observar uma Manaus
rural.
Segundo o IBGE, Manaus
em 1872 possuía cerca de 29.000 habitantes. Sendo que de 1877 a 1878 passaram
pela cidade como retirantes cerca de 19.910 retirantes devido as grandes secas
no Nordeste. E já em 1892 migram para a cidade cerca de 13.593 nordestinos
que vieram trabalhar nos seringais da região. E nos idos de 1898 até 1900,
entrou na cidade um fluxo de cerca de 88.709 migrantes na cidade sendo que a
maioria foi deslocada para as cidades do interior para trabalharem nos grandes
seringais. E também que de 1877 e 1920 esse fluxo no total chegou a cerca de
300.000 nordestinos. O que se pode concluir é que essa leva maciça de
imigrantes tornou-se uma constante naquele quartel de século. O que nos faz
pensar que certamente os governos provinciais no Império e na República
certamente já tinham um plano traçado para receber essa grande demanda de
migrantes na cidade de Manaus, e isso nos faz pensar que apesar de as fotos
mostrarem uma aparente cidade bucólica, era movimentada e em constante processo
de urbanização. Retirada de pontes, calçamento de ruas, instalação de bondes
elétricos, grande contingente de casas
comerciais, vendas, lojas, empresas estrangeiras, casas exportadoras que
cresceu consideravelmente naquele período, nos mostra que a cidade oferecia um
crescimento significativo naquele período. Certamente nossa cidade poderia ser
considerada já uma cidade madura para receber as levas de brasileiros migrantes
e imigrantes estrangeiros. Certamente esse contexto impulsionou o interesse dos
investidores, o que desencadeou alem das exportações a criação de linhas
regulares de turistas,aventureiros, migrantes que tinham nesta cidade um lugar
de referência significativo e o conceito se perpetua até os dias atuais.
Nessa
imagem (1901) a ponte já havia sido desmontada e retrata o processo de
construção do calçamento da Praça
Tenreiro Aranha, hoje no local existe uma feira de artesanato e bem no meio
está o Pavilhão Universal retirado da Praça 15 de Novembro (Terminal de Matriz).
Alguns desses prédios ainda existem e o mais alto que aparece, é atualmente uma
agência bancária do Itaú.
Boas importantes referencias, parabens!
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