GALERIAS PLUVIAIS HISTÓRICAS CONSTRUÍDAS PELOS INGLESES EM MANAUS


GALERIA PLUVIAL HISTÓRICA
CONSTRUÍDA PARA ATERRAR O IGARAPÉ DO ESPÍRITO SANTO
Uma de suas entradas está localizada nos jardins da Matriz de Manaus.
Duas vezes por mês realizamos visitas ao local exato da entrada dessas galerias.
Se desejar participar, me envie um direct pelo direct do instagram. 

Os registros que estão publicados aqui, foram feitos no ano de 2005 pelo fotografo Chico Batata, quando uma equipe do Corpo de Bombeiros comandada pelo Coronel Almeida, desempenhou a missão de verificar as condições e estrutura das galerias.
Tal inspeção foi solicitada pelo Jornal Diário do Amazonas.
Essas galerias foram construídas com a finalidade de canalizar o igarapé do Espirito Santo.
A história da construção dessas galerias inicia no Governador Eduardo Ribeiro, que desenvolveu o projeto de estabelecer uma Manaus conforme os padrões europeus de civilização, aterrou, canalizou e transformou alguns igarapés da área central em ruas, avenidas e praças.
Além da questão estética (explícita) houve certa preocupação com a saúde da população local.
Porém esse projeto de modernização das ruas de Manaus, foi efetivado no governo de Fileto Pires Ferreira, o qual alegava a necessidade extrema de aterrar os igarapés do centro, pois era desses locais que irradiavam focos de mosquitos transmissores de doenças, entre elas a febre palustre.
Você pode não imaginar, mas a água que sobe e invade as ruas do centro de Manaus, estão apenas tomando o espaço natural delas.
Lista de igarapés que foram aterrados:
Igarapé da Ribeira
Aterro e Espírito Santo





A FOTO ABAIXO MOSTRA AS GALERIAS EM FASE FINAL DE CONSTRUÇÃO
Nesse local foi canalizado o Igarapé do Espírito Santo

É importante ressaltar que antes de canalizar o Igarapé do Espírito Santo, outros Igarapés já haviam sido aterrados.

Vejam a cronologia de fotos abaixo.
Foto da entrada do Igarapé da Ribeira


Registro de 1890.

Nele podemos ver as entradas do “Igarapé do aterro“ e o “Igarapé da Ribeira”.
Mas vamos à fotografia e seus detalhes históricos.
Observem no canto esquerdo, podemos visualizar o nosso Mercado Municipal de Manaus.
Na direita, aparece uma caixa d’água (reservatório dos remédios) que é onde hoje está construído o prédio que por muitos anos abrigou a FACULDADE DE DIREITO.
Toda essa área alagada que aparece na imagem, foi aterrada e canalizada. Para canalizar toda essa água, o governo contratou a melhor mão de obra da época.
Abaixo podemos visualizar um registro ainda mais antigo.
Trata-se de um desenho da frente de Manaus 1867.
Essa gravura pertence ao explorador Franz Keller-Leuzinger. A gravura foi desenhada durante a expedição Alto Amazonas. O desenho é muito interessante e mostra o Igarapé da Ribeira, que se estendia desde a região próxima ao "Canto da Instalação" até o Rio Negro.
Este pequeno curso d'água fora aterrado em 1869 e de seu curso, nasceu um dos primeiros canteiros ornamentais da cidade, arborizado com palmeiras imperiais.
Segundo Etelvina Garcia, esse local é a primeira alameda de nossa cidade.

A IMAGEM ABAIXO MOSTRA O LOCAL ATERRADO EM 1880.
As palmeiras foram plantadas em 1870.


A IMAGEM ABAIXO MOSTRA O LOCAL ATERRADO EM 1890.
Onde vocês estão vendo palmeiras, atualmente é o terminal terrível e fedorento da Matriz.

É possível observar o prédio embrião da loja 22 Paulistas, caracterizado por um coroamento e as palmeiras lindíssimas.
REGISTRO DE 1896

Mesmo local, mas agora com vista para o rio negro.
Observe que uma parte desse local é formada pelo aterro do ano de 1860, cujas marcas podem ser vistas na vala do canto inferior esquerdo da foto. À direita, os prédios em estilo colonial, alguns de 1791 quando a Cidade passou a ser a Sede da Capitania. Ao fundo, a presença de muitos navios(vapores) revelava que a exportação da borracha era intensa.
Foto: Arthuro Lucciani - Coleção Paulo Menezes.

 AGORA VAMOS VOLTAR A FALAR DAS GALERIAS PLUVIAIS 


O projeto de modernização baseava-se em aterrar toda a área portuária e transformar o alagado em logradouros com ruas de calçamento moderno e praças ornamentadas. Uma vez que o local era vista como ( ambiente causador de doenças e focos de mosquitos) principalmente no período da vazante do rio.
Provavelmente exalava mal cheiro por conta da quantidade de sujeira provocada pelos barcos, feiras e população que morava praticamente em cima do igarapé do Espirito Santo.
Vejamos uma gravura que mostra Manaus em 1850.
Esse registro é uma ilustração da foz do Igarapé do Espirito Santo e a Igreja da Matriz, de autoria do ilustrador francês Léon Benett, e pode ser encontrada no livro "La jangada - Huit cents lieues sur l'Amazone" ("A Jangada - Oitocentas léguas sobre o Amazonas" em português), do escritor francês Júlio Verne, que narra uma viagem fictícia de uma família de Iquitos, no Peru, para Belém, usando uma grande jangada feita com toras de madeira.
A gravura tem como título "a forca" e nela pode ser vista a residência do Presidente da Província, que atualmente hoje seria o local onde se localiza o edifício-sede da Receita Federal, no início da Avenida Eduardo Ribeiro, ao lado do relógio municipal.
O livro, apesar de ambientado na Amazônia de 1852, foi lançado em 1881, portanto as ilustrações são dessa época.
Foto: Léon Benett - Colorização Eletrônica Digital - Paulo Menezes




ABAIXO UMA FOTO MARAVILHOSA DE 1865
Nesse registro podemos ver a igreja da Matriz e nesse local onde aparece uma ponte, é justamente o local em que o governo cravou um medalhão de marco e comemoração pelo aterro do igarapé.


Desenho de Maurilio Galba Monteiro, a partir de velha fotografia em 1892.

Abaixo o Igarapé do Espírito Santo na cheia do rio. Foi exatamente nesse local que foi construída a avenida Eduardo Ribeiro.

Igarapé do Espirito Santo em 1865
Esse é sem sombra de dúvidas um dos registros mais maravilhosos desse Igarapé.
O fotografo estava onde hoje está o cruzamento da Avenida Sete de Setembro e a Avenida Eduardo Ribeiro.
Essa paisagem foi capturada pelo fotógrafo alemão Christoph Albert Frisch durante a sequência de fotos que fez no provincial centro de Manaus. O Brasil estava em plena Guerra do Paraguai.
O Casarão ao alto à esquerda abrigava o Presidente da Província, hoje é onde está o edifício da Receita Federal.
A ponte sobre a foz do Igarapé chamava-se Ponte da Imperatriz e era passagem obrigatória dos moradores de oeste que frequentavam a Igreja dos Remédios.
Foto: Christoph Albert Frisch.


Para finalizar




MARCO HISTÓRICO SITUADO NOS JARDINS DA MATRIZ.
Medalhão de inauguração do aterro do Igarapé Espírito Santo.
Esse símbolo apresenta uma coroa indicando o Império do Brasil.
Mostra ainda os seguintes dizeres:
ESTA MURALHA E ATERRO DA PRAÇA FORAM FEITOS NO ANO DE 1881, SENDO PRESIDENTE DA PROVÍNCIA O EXMO. SENHOR SÁTIRO DE OLIVEIRA DIAS.
Esse símbolo está cravado na parede da entrada da Galeria Pluvial construída com tecnologia inglesa.


Comentários

  1. Sou de 55, mas tenho muitas saudades dos anos 60, 70 e 80, como os sines Ipiranga, Odeon, Guarani, Avenida, aos domingos descer a Av. Eduardo Ribeiro admirando as vitrines como da padaria avenida, o namora na praça da saudade, as famílias aos domingos se refrescar no balneário parque 10,ponte da Bolívia, tarumã, tudo poluído, há minha Manaus, que saudades!.

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  2. lindo isso obrigado e parabêns por isso.

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    1. Interessante isso o início dessas maravilhas de Manaus, eu gostaria de ver e saber mas sobre fotos e documentos da fundação da estrutura do teatro Amazonas, meu sonho seja contados dos os fatos,já faz 15 anos que tento saber e ninguém tem fotos plantas do prédio, e nem saber explica, isso séria um excelente história pra um livro, ele venderia feito água.🧐🤐🤔 olá já dei sorte de ver e entra em algumas galerias, ela tinha mas de 5 metros de altura por 3 pra 4 metros de largura, essa são muito pequenas.onde fica essas realmente???????

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  3. adorei em saber da istori da minha sidade de manaus

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    1. minha cidade manaus !!!!!! professora de português chora

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  4. Obrigada querido, que linda a história da nossa cidade.

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  5. Meu amigo parabéns pelo seu trabalho sempre me contaram essas histórias de túneis sobe Manaus mas agora que estou vendo e inacreditável ea história desde lugar e maravilhoso! parabéns aos profissionais

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  6. Muito interessante. Parabéns, gostaria de saber mais informações sobre o passeio do dia 24

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  7. Parabéns pelo ótimo trabalho.
    Me encanto a cada história.

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  8. Obrigada por essa relíquia histórica! Querida Manaus, terra de beleza e encanto.

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  9. Temos um passado rico e é importante lembrar essas ações.

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Minha mãe é de 1955 ela sempre me falou sobre os cines Ipiranga , Guarani e Odeon

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  12. Eu gostaria de saber se existe algum registro fotográfico da contrução do Hotel Mônaco localizado no centro.

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  13. Meu "país" chamado Manaus, teve seus dias de glória e explendor, hoje fica a memória e legado do que restou. O centro histórico, é um patrimônio, que deveria ser preservado. Tudo são riquezas de uma época em que um dia foi uma cidade incrível e fascinante.

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