VILA DE PARICATUBA - TUDO SOBRE A HISTÓRIA E VISITA - DE HOSPEDARIA A LEPROSÁRIO


VILA DE PARICATUBA - TUDO SOBRE A HISTÓRIA E VISITA  - DE HOSPEDARIA A LEPROSÁRIO

Recentemente visitei a Vila de Paricatuba e ali foi possível conhecer, coletar informações e criar laços de afetividade com o local.
A palavra Paricatuba significa (local de grande concentração de Paricás). O paricá é uma erva alucinógena utilizada em rituais indígenas.
A história da vila de Paricatuba começa com um agrupamento de três famílias que se instalaram no local no início da década de 90 do século XIX.

A área territorial da Vila de Paricatuba era ocupada tradicionalmente pelos índios do tronco Mura, que são oriundos dos rios Madeira e Purus, e que mantinham relacionamento pacífico com os seus novos moradores.

Construíram barracos típicos de nossa região para morar e levavam uma vida pacata de ribeirinho até o momento que se iniciou a construção de um casarão, pelo governo estadual, que seria transformado em hospedaria para imigrantes italianos.










Em 1898, o governador do Estado, Fileto Pires Ferreira (1896-1898), decidiu construir uma grande hospedaria para servir a imigrantes europeus vindos da Itália.
Pontes Filho (2000) afirma que:

o Amazonas vivia sob o reflexo de um período de expansão econômica gomífera, e Fileto contava com confortável arrecadação financeira, resultado das grandes exportações de borracha. Ele inaugurou o Teatro Amazonas, em dezembro de 1896, mas não concluiu as obras da grande hospedaria, ficando para seu sucessor, Ramalho Junior, que governou o Estado de 1898 a 1900.

A hospedaria funcionou regularmente por algum tempo, mas foi abandonada em seguida e no local foi criado, por iniciativa de padres espiritanos franceses, o Liceu de Artes e Ofícios, que desenvolveu, em parceria com a Escola Agrícola, o ensino regular primário e técnicas agrícola, mecânica e artes de recuperação de obras literárias. Fazendo desse local a Primeira Escola Técnica do Amazonas.







Por volta de 1916, o Liceu interrompe suas atividades pedagógicas e o casarão é transformado em Casa de Detenção, adaptado para recolher sentenciados da capital, até ser transferido para a penitenciária da Avenida Sete de Setembro, em Manaus, por volta de 1924.  





A história do leprosário começa, praticamente, com os primeiros serviços de saneamento rural desenvolvidos em Manaus, em dezembro de 1921, por Belizário Penna, à época diretor do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural, no Rio de Janeiro.

Ele viveu sensações de pavor ao verificar grande quantidade de 15 leprosos vagando pelas ruas, em contato com pessoas sãs. E isto o preocupava, de sorte que, se medidas saneadoras não fossem tomadas pelo governo, o Amazonas estaria fadado a dias sombrios.
Ao identificar os focos mais avançados da doença em Manaquiri, Cambixe, Manacapuru, Fonte Boa, Baixo Purus e Madeira, Penna contabilizou dados estimativos de pouco mais de um mil leprosos em todo o Estado.
Como o diagnóstico era alarmante, logo iniciou-se uma campanha pela criação de um leprosário para fins preventivos, tendo como justificativa:

anseio que se impõe por uma questão de saúde e de caridade, em substituição ao segregamento criminoso do Umirisal, e no intuito de velar por esta inditosa gente, sacudida pelo infortúnio. Salvem-se, ao menos as gerações de amanhã, como um prêmio à agonia lenta dos que, hoje, sucumbem em silêncio [...] (PENNA, 1926, II, p. 2).


PACIENTES DO UMIRIZAL COM O MÉDICO ALFREDO DA MATA ANTES DE SEREM TRANSFERIDAS PARA PARICATUBA 
Durante o período da remodelação do grande prédio e depois de reformado, Paricatuba recebeu inúmeras visitas de pessoas em passeio, autoridades, médicos, higienistas.
A última foi feita pela embaixada japonesa, na pessoa de seu representante legal no Brasil, Schichita Tatsuké, em 1925, acompanhada pelo presidente do Estado, Ephigênio Sales, e várias autoridades, tendo sido filmados vários trechos do local pelo operador da empresa J. G. Araújo, Ltda., Silvino Santos.




O vapor “Ayapuá”, da flotilha mercante do Estado, que acolheu a comitiva, foi estruturado para receber ilustres visitantes, com um farto serviço de bordo de frios e gelados, e a música executada por uma afinada orquestra de pau e corda.
Anos mais tarde o hospital foi desativado. Atualmente, o que existe são ruínas do prédio em meio a um matagal. As paredes e colunas são sustentadas por um cipó conhecido por apuí – um tipo de vegetal carnívoro –, que lhe confere uma beleza particular. Algumas pessoas na Vila ainda possuem marcas da doença, assim como é raro encontrar cães com sintomas de calazar, um tipo de moléstia tropical conhecida por leishmaniose visceral que pode matar e é transmitida ao homem através de um mosquito que, anteriormente, tenha picado um cão doente.


MAIS HISTÓRIAS


Banzeiro da dor no embalo da esperança: o barco Adolfo Lutz.
Fonte: Acervo de Emília Pereira, Coordenadora do Programa de Hanseníase da FUAM.
Retrato de embarcações navengando pelas regiões ribeirinhas.
Um desses barcos era temido pelas pessoas doentes da época, era o famoso
Barco Adolph Lutz do Governo do Estado.
Essa embarcação era enviada para buscar os portadores de hanseníase pelas
barrancas, furos e paranás da região do Amazonas.
O barco levava médicos, auxiliar de enfermagem, enfermeiro e estudantes de medicina.
Quando chegavam nos altos rios e não conheciam, seguiam perguntando ( onde tem leprosos?)
O barco atracava em locais onde haviam casas com pessoas doentes, eles já iam certos e informados.
Ali acontecia a separação e os doentes levados para o isolamento.


VAMOS FALAR SOBRE ATUALMENTE

Fornalha para geração de energia.





VISITA AO LOCAL










CAPELA SANTA TERESINHA






ANTIGO NECROSARIO


CEMITÉRIO DE PARICATUBA



ESCADARIA







RUÍNAS DE UM ANTIGO FAROL CONSTRUÍDO EM 1898


ESCAVAÇÃO E ARTEFATOS ENCONTRADOS NO LOCAL



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Comentários

  1. Lindíssima essa parte da histórica da região Paricatuba e Ruínas. Parabéns.

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  2. Parabéns aos produtores e idealizadores do portal " Manaus de antigamente". Excelentíssimo relato da história!

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  3. Muito bom saber um pouco da nossa história

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  4. Essa coleção arqueológica das imagens,foi salvaguardada durante anos pelo artista e filósofo Paulo de tarso ou Paulo mamulengo. Essa coleção foi construída através de coletas espontâneas de várias pessoas que doarão a ele muitos artefatos ... sabendo que ele tinha interesse em preservar essa parte da história,como muitas outras ... hoje esse artefatos,cerca de 300 peças encontram se sob a Guarda do núcleo de arqueologia do Museu da Amazônia MUSA. Dentre esses achados destaca-se machados de pedra polida, recipientes e o carinho corporal da fase 'guarita'que aparece na primeira foto...

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  5. Ótimo documentário, parabéns a toda equipe.

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  6. muito legal conhecer mais sobre onde vivemos ótimo blog!!!

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  7. Muito bom saber sobre o lugar onde eu moro,e é linda a história.

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  8. Muito bom saber a história desce local parabéns.

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  9. Foi muito bem saber a história desse local parabéns pelo trabalho.

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  10. Pouquíssimo eu sabia sobre a história antes de se tornar a casa de isolamento que se tornou. Agora posso contar com segurança mais sobre o local. Também pensava que os doentes eram somente da capital, não sabia dessa parte do barco e etc.Otimo trabalho.

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  11. Uma vez eu estava andando por paricatuba para uma visita, eu fui para quermesse comprei agua, queijo, e pão, e decidi passar a noite la.
    eu e meus dois manos momtamos acampamento, e ficamos acordados por muito tempo, por medo de sermos fumados, fomos dormir perto de 9 hioras da noite, de madrigada, comecei a ouvir barulho de vento, quando eu sai da barraca eu vi um caminho de folhas bagunçadas com o vento, e uma brisa suave( nao de entorpecentes) eu segui a brisa e voi um redemoinho de vento muito rapido na minha frente, ele sumiu muito rapido, ate hj n sei oq foi

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